Pedro DominguesJá visitei o Parque Natural de Montesinho por duas vezes. Da primeira vez, confesso que não me impressionou, talvez porque ainda não sabia bem viajar e como organizar devidamente uma viagem. Creio que foi isso, ou então foi a falta de informação que existia na época sobre esta região. Não me lembro de muito do que vi na altura, só que esperava muito mais! Foi já há imensos anos!
Da segunda vez, porém, fiz finalmente as pazes com o Montesinho. Adorei conhecer os centros históricos de Bragança e Vinhais, e as fortes tradições desta região do norte de Portugal. Mas o que mais me cativou foram as pequenas mas pitorescas aldeias perdidas na serra, os animais, a gente, a paisagem, e claro, a estrondosa gastronomia.
Das mais de 90 aldeias que o Montesinho tem, passei por quase 60 no total. Algumas delas sei que explorei bem, ao detalhe, outras foi simplesmente de passagem, espreitando rapidamente as suas principais ruelas e recantos.
Adorei conhecer Guadramil, Rio de Onor (aldeia maravilha de Portugal), Gimonde, Aveleda, Gondesende, Montesinho, Vilarinho, Dine, Moimenta, Pinheiro Novo, entre outras. Destaco a possibilidade de ir a França “sem Paris”, e sem sair de Portugal. 😀
Creio que fiquei com uma boa noção do que existe para visitar no Parque Natural de Montesinho, e venho agora ajudar-te a planear a tua viagem por lá. 4 dias eu acredito serem suficientes, até porque vou apenas indicar-te o que realmente vale a pena conhecer com base na minha própria experiência. O ideal serão 5 dias de viagem!
Onde fica o Parque Natural de Montesinho?
O Parque Natural de Montesinho fica na extremidade norte de Portugal, junto da fronteira com Espanha, nomeadamente Galiza (Ourense) e Castela & Leão. Neste blog já tens muitos artigos sobre o que visitar na Galiza, pelo que se tiveres curiosidade, segue os links para saber mais.
Faz parte do distrito de Bragança, mais precisamente dos concelhos de Bragança e Vinhais, sendo na minha opinião a sua principal atração.
Não fica muito longe do Douro Internacional, e também não fica muito longe dos Lagos do Sabor, pelo que terás possibilidade de seguir viagem para roteiro em outros pontos de Portugal se assim entenderes.
MAIS INFORMAÇÃO SOBRE O DISTRITO DE BRAGANÇA
- Visitar Vinhais
- Visitar Bragança
- Visitar Mirandela
- Visitar Vimioso
- Visitar Miranda do Douro
- Visitar Mogadouro
- Visitar Torre de Moncorvo
- Visitar Freixo de Espada à Cinta
- Visitar Carrazeda de Ansiães
- Visitar Macedo de Cavaleiros
- Visitar Vila Flor
- Visitar Alfândega da Fé
- Roteiro Lagos do Sabor
- Roteiro Douro Internacional
- Roteiro Vale do Tua
- Roteiro Terras de Trás-os-Montes
Dicas úteis para visitar o Parque Natural de Montesinho
No que diz respeito a dicas para visitar o Montesinho utilizando este roteiro, tens obrigatoriamente de ter carro. Se não tens, aluga carro com a Discover Cars.
Segunda dica é fazer seguro de viagem com a IATI, utilizando o meu link para ter 5% de desconto. Azares acontecem, e por isso é recomendado que não viajes sem um.
Quando visitar o Montesinho?
Da segunda vez que fui visitar o Montesinho, fi-lo no início de Outubro, porque queria conhecer o parque natural durante a Brama do Veado (época de acasalamento). A paisagem estava linda, com as cores quentes do Outono a tornarem-se visíveis, e apesar de não ter ouvido a brama como esperava, tive a oportunidade de ver corços livres na natureza, algures na montanha durante a minha roadtrip.
Era também altura da castanha e da noz, e ver os milhares de castanheiros do parque repletos de ouriços foi uma bonita experiência. Marcam definitivamente a paisagem!
Gostei muito de visitar o Montesinho no outono, mas sei que existem outras épocas também muito interessantes, associadas às principais festividades e tradições da região. Vou deixar-te um pequeno resumo em baixo, mas podes saber mais nos sites oficiais de Bragança e Vinhais.
- A Festa dos Reis, no fim de semana anterior a 6 de Janeiro (Rio de Onor) ou no mais próximo a 6 de Janeiro (Baçal).
- Em Fevereiro, a Festa do Fumeiro de Vinhais. Afinal, é a Capital do Fumeiro em Portugal.
- O Carnaval dos Caretos, no sábado anterior ao Carnaval (Bragança)
- Quarta-Feira de Cinzas em Vinhais, para ver a “Morte e os Diabos”, que nesse dia percorrem as ruelas do centro histórico.
- No dia 31 de Outubro, a Festa da Cabra e do Canhoto em Cidões (Vinhais). Diz-se que “quem da cabra comer e ao canhoto se aquecer, um ano de sorte vai ter”.
- A Festa da Castanha “Rural Castanea”, no início de Novembro, em Vinhais. Afinal, Vinhais é dos maiores produtores de Castanha em Portugal.
- Nos dias 25 e 26 de Dezembro, a Festa dos Rapazes em Ousilhão (Vinhais), ou em Aveleda e Varge (Bragança).
O que comer e onde comer ao visitar o Montesinho?
Eu escolhi CARNE quando visitei o Montesinho e os concelhos de Vinhais e Bragança, e honestamente creio ser a melhor opção. 😀 Mas também se come bom peixe de rio, se assim preferires. Eu escolhi o Javali, o Veado, e a Vitela para as minhas refeições, mas deixo-te em baixo uma lista de pratos típicos:
- O cabrito ou cordeiro à Transmontana
- O Javali estufado
- A posta à mirandesa
- A Vitela entrouxada com castanhas
- O Fumeiro de Vinhais com Carne de Porco Bísara
Para sobremesa, opta por doces de frutos do Outono, principalmente se visitares o Montesinho nessa altura. Algo feito de noz ou de castanha vai saber bem! No restaurante Poças, por exemplo, depois de um extraordinário Javali Estufado com Castanhas, a sobremesa foi divinal: Marmelo embebido em vinho do Porto, com gelado de noz! O aspeto podia deixar algumas dúvidas, mas o sabor eliminou-as por completo! 5 estrelas! 😉
Outra sobremesa que recomendo, para quem janta na cidade de Bragança, é um crepe XXL da Dona Raquel. A tasca onde ela os vende fica mesmo junto da Praça da Sé, perto de outro bom restaurante: o Emiclau. Tens imensos sabores para os crepes, o que os transforma numa verdadeira bomba! 😀 São brutais, e eu comi dois, um em cada dia de passagem pela cidade!
Deixo-te ainda outras hipóteses de restaurantes:
- Restaurante Vasco da Gama, onde jantei em Vinhais.
- Restaurante O Abel, em Gimonde (Bragança)
- Solar Bragançano em Bragança (parece ser bom, mas não me atendeu sem reserva, mesmo a casa estando vazia quando cheguei!)
- Tasca do Zé Tuga, em Bragança. Mesmo comentário que para o anterior, infelizmente.
Onde dormir ao visitar o Montesinho?
Em Vinhais a minha principal recomendação vai para o Parque Biológico de Vinhais, e se a tua estadia coincidir com a Brama do Veado, pode ser que a consigas ouvir de manhã cedo ou ao fim do dia, diretamente dos animais do parque! 😉
Em Bragança fiquei hospedado no Baixa Hotel e honestamente foi muito bom, central, com pequeno almoço excelente, e boa relação qualidade preço. Recomendo totalmente. 😉
Mas deixo-te outras dicas:
| Alojamento | Pontuação | Localização |
|---|---|---|
| Casa da Barriada | 9.3 | Gondesende (Bragança) |
| Hotel Santa Apolónia | 8.8 | Bragança |
| Solar de Santa Maria | 9.1 | Bragança |
| Hotel Rural O Abel | 9.3 | Gimonde (Bragança) |
| Casarão dos Reis | 9.1 | Caravela (Bragança) |
| Casal de Palácios | 9.0 | Palácios (Bragança) |
| Moleiro de Baçal | 9.2 | Baçal (Bragança) |
| Candeias do Souto | 9.3 | Meixedo (Bragança) |
| A Lagosta Perdida | 9.5 | Montesinho (Bragança) |
| Apimonte – Casa da Serra | 9.7 | Vilarinho (Bragança) |
| Alformil | 9.5 | Formil (Bragança) |
Roteiro Parque Natural de Montesinho
E finalmente o roteiro para 4 dias. Como pretendo que este artigo seja simples e direto, poderás aceder a mais informação de cada lugar mencionado nos artigos dedicados de Vinhais e Bragança.
Mapa com tudo o que visitar no Parque Natural de Montesinho em 4 dias
Destaco sem dúvida o facto de ter as rotas sugeridas neste artigo, construídas no mapa! Faz a tua viagem tendo este mapa e estas rotas como base.
1ª Etapa Roteiro Montesinho
A primeira etapa do roteiro será a vila de Vinhais e os arredores próximos, nomeadamente o Parque Biológico de Vinhais que é extraordinário, e o Miradouro da Ciradelha com o Baloiço da Chouriça. Eu consegui visitar todos estes lugares em cerca 4 ou 5 horas, pois o centro de Vinhais é bem compacto.
Centro Histórico de Vinhais
No centro Histórico de Vinhais não esquecer os seguintes lugares:
- O Centro de Interpretação do Parque Natural de Montesinho, na Casa da Vila, onde terás acesso a parte do que resta do castelo. Para além de obteres aqui informação muito útil para explorar o Montesinho, podes pedir um mapa excelente de toda a região! Faz isso, pois esse mapa foi-me mesmo muito útil, e não o encontrei disponível no Posto de Turismo!
- O restante Castelo de Vinhais, com as suas Portas Norte e Sul, Pelourinho e Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção.
- A Praça do Município e o Largo do Arrabalde, as duas principais praças da Vila de Vinhais.
- O Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro.
- O Assador de Castanhas que supostamente é record do Guiness pela sua dimensão.
- O Parque Verde de Artes e Ofícios.
- As principais igrejas da vila, nomeadamente a Igreja de São Facundo ou a Igreja de São Francisco, onde se localiza o Museu de Arte Sacra (visitável mediante marcação).
- As exposições localizadas no Centro Cultural de Vinhais.
No meu artigo dedicado a visitar Vinhais, descrevo cada um destes lugares de forma mais detalhada.
Parque Biológico de Vinhais
No Parque Biológico de Vinhais, por sua vez, vais maravilhar-te com a quantidade impressionante de animais. Não esqueças de visitar o Centro Interpretativo do Lobo Ibérico dentro do Parque, e de conhecer algumas raças que encontras também no Parque Natural de Montesinho: javalis, veados, corços, burros mirandeses, raposas, ovelhas da raça churra, cabras, entre outros.
Miradouro da Ciradelha e Baloiço da Chouriça
O Miradouro da Ciradelha e o Baloiço da Chouriça ficam nas proximidades do Parque Biológico de Vinhais. Ao topo do monte da Ciradelha achei difícil de chegar de carro, pelo que não recomendo fazê-lo. A estrada é péssima!
Porém, para chegar ao Baloiço da Chouriça, de onde tens o melhor miradouro para Vinhais, o caminho é relativamente acessível de carro, e existe sinalização ao longo do percurso. A vegetação até lá é brutal, e existe um novo trilho pelo monte que podes optar por fazer. Vê mais na secção dedicada a percursos pedestres deste roteiro para visitar o Parque Natural de Montesinho.
2ª Etapa Roteiro Montesinho
A segunda etapa deste roteiro deve ser feita na totalidade no mesmo dia que os pontos anteriores. Se achares que não tens tempo, opta por alguns destes lugares, com prioridade para Pinheiro Novo e Casares.
Estarás já a explorar o Parque Natural de Montesinho, pertencente ao concelho de Vinhais. Aqui as aldeias são menos turísticas que as de Bragança, no geral em pior estado de conservação, mas são também bem bonitas.
Não te vou recomendar sítios específicos nas aldeias. A minha recomendação é que estaciones o carro e dês uma volta rápida a pé por cada uma, e que partas à descoberta. As aldeias são muito compactas, e o que têm de melhor são as pessoas, e os seus afazeres.
Vinhais » Vilarinho de Lomba » Cisterna » Pinheiro Novo
De Vinhais, ou neste caso, do Parque Biológico de Vinhais, segue para Vilarinho da Lomba, onde farás a primeira paragem. Pelo caminho poderás passar por outras aldeias do Montesinho, como por exemplo Vilar Seco da Lomba, Gestosa, Passos da Lomba, Edroso e Quirás. Eu visitei-as todas, mas não as considero obrigatórias, pelo que podes deixá-las para uma outra oportunidade de viagem.
No que diz respeito a Vilarinho da Lomba e Cisterna, o que mais destaco delas são os miradouros que encontras à chegada para a aldeia. A paisagem é soberba.
Pinheiro Novo é das melhores aldeias do Parque Natural de Montesinho, em Vinhais. Está bem preservada, e tem recantos bem bonitos. Esta é a aldeia mais obrigatória deste grupo, que necessita de uma paragem de mais tempo. Antes de chegar a Pinheiro Novo destaca-se a Ponte sobre o Rio Rabaçal e os moinhos comunitários que foram recentemente cuidados para visita.
Eu ainda segui depois de Cisterna para Barxa, já do lado de Espanha, até porque queria ir um pouco mais à frente atestar gasóleo por ser mais barato do lado de lá da fronteira. 😉 Gostei também muito da paisagem de Barxa, apesar de a aldeia não ter muito para ver. Soube também, apesar de não ter visitado, que existem em Barxa antigas minas de Volfrâmio, e tens sinalização para elas na região.
Pinheiro Novo » Sernande » Cerdedo » Casares » Carvalhas
De Pinheiro Novo, podes seguir para Sernande. Em Sernande terás nova vista bonita para Vilarinho da Lomba, e também para as montanhas em redor. É bem compacta, com apenas uma rua de destaque para conhecer, mas bem pitoresca.
Para chegar a Cerdedo terás de passar por algumas outras aldeias opcionais. São elas Pinheiro Velho, Contim, e Vilarinho das Touças. Eu também conheci Santalha, Penso, Nuzedo de Cima e Tuizelo, a um curto desvio do percurso que estou a sugerir. Paragem nelas não é obrigatória, já que não chegam aos calcanhares das outras que menciono nesta secção.
Para além de Sernande e Cerdedo, há que parar em Casares e Carvalhas. Para mim, a melhor é Casares, onde recomendo uma paragem mais prolongada, tal como recomendei para Pinheiro Novo. Foi também algures nesta estrada entre Vilarinho das Touças e Carvalhas que quase atropelava um pequeno corço. Felizmente não aconteceu, e o raio do animal fugiu-me para a floresta antes que o pudesse filmar e fotografar.
3ª Etapa Roteiro Montesinho
A 3ª etapa proponho que faças no 2º dia de viagem em roteiro no Parque Natural de Montesinho. Visitarás Moimenta da Raia, a principal aldeia do Montesinho na parte de Vinhais, e a Lorga de Dine, uma gruta que teve ocupação humana na pré-história.
Lagarelhos » Quadra » Montouto » Moimenta da Raia
Em Lagarelhos destaca-se o Castanheiro Milenar do Parque Natural de Montesinho. Aquele tronco tem quase 13 metros de perímetro, meu deus! 😐
Em Quadra, por sua vez, tive a oportunidade de ver um gigantesco rebanho de ovelhas, sendo isso o que mais destaco da aldeia. De Quadra a Montouto a paisagem é extraordinária, até perder de vista! Gostei muito da aldeia de Montouto, quase sem habitantes, mas com muitos animais. Logo a seguir a Montouto tens um excelente miradouro para Moimenta da Raia.
Em Moimenta tens imensos lugares para visitar, já que é a maior e principal aldeia do Parque Natural de Montesinho em Vinhais. Destaca-se o café, Taberna da Ribeira d’Anta, onde fiz uma pequena paragem para admirar a decoração associada à caça. Era curiosamente época disso, e o lugar estava repleto de caçadores, já que visitei Moimenta ao fim do dia, em que eles regressavam da caça. Foi interessante ouvir disfarçadamente algumas das suas histórias.
Não esqueças de partir à descoberta dos moinhos de Moimenta, da Igreja Matriz de São Pedro, e depois de satisfeit@ não esqueças de ir até ao miradouro 360º nos arredores da aldeia. Existe sinalização clara para ele.
Como aldeias opcionais desta etapa até Moimenta, poderias ainda parar em Rio de Fornos, Zido, Vilar de Ossos, Salgueiros, e Landedo. Em Vilar de Ossos, por exemplo, junto da igreja paroquial, encontrei uma casa senhorial bem bonita e imensas nogueiras. Escusado será dizer que aqui parei para comer as primeiras nozes do ano. 😉 Mas não percas tempo com estes lugares, a não ser que tenhas mais de 4 dias de viagem!
Moimenta da Raia » Dine » Fresulfe » Soeira » Quintela
A caminho de Dine, destaca-se a Ponte do Couço sobre o Rio Tuela, e os imensos castanheiros de cada lado da estrada junto da opcional aldeia de Mofreita.
A aldeia de Dine é muito simples, mas foi das minhas favoritas, talvez a principal de Vinhais após Moimenta da Raia. Aqui há que conhecer a Dona Judite, no alto da aldeia junto da Igreja e do Centro de Interpretação da Lorga de Dine. A senhora é incrível, extremamente simpática e com uma energia sem igual. É ela que te poderá abrir as portas para o museu e para a igreja, já que vive logo ao lado deles, e vai fazer-te visita guiada gratuita. Ela gosta muito de receber os visitantes! Mete conversa! 😀
A Lorga de Dine fica junto dos Fornos da Cal, e está à distância de uma pequena caminhada a partir do centro de interpretação. Está fechada com gradeamento e cadeado, e antigamente era a própria Dona Judite que fazia a visita com os interessados! Hoje ela já não o faz por motivos de saúde, mas se levares equipamento para isso (lanterna é obrigatória!), e falares com ela, pode ser que ela te dê a chave para visitares.
Depois de Dine destaca-se a praia fluvial de Fresulfe, mais do que a própria aldeia. Nos arredores de Soeira encontrei dois rebanhos gigantescos, um dos quais soube ter cerca de 350 ovelhas, todas da raça churra! Em Soeira também existe uma praia fluvial, sendo esta também no rio Tuela, tal como a de Fresulfe.
Por fim, surge Quintela, onde terás outra das principais árvores do Parque Natural de Montesinho, desta vez uma Nogueira Centenária, com perímetro superior a 7 metros! Upa upa! Ainda visitei também Paçó, Santa Cruz, e Travanca, que considero opcionais!
Nota: Se pretendes ver mais fotografias do Parque Natural de Montesinho (região de Vinhais), acede ao meu artigo dedicado. Lá terás também mais informação sobre cada um dos sítios mencionados até agora.
4ª Etapa Roteiro Montesinho
A 4ª Etapa do Roteiro no Parque Natural de Montesinho é para ser feita no 3º dia de viagem. Começarás pelo Centro Histórico de Bragança e arredores, seguindo para o Montesinho. Neste dia irás até à região mais alta da serra e do Parque Natural.
Centro Histórico de Bragança
O Centro Histórico de Bragança é bem maior que o de Vinhais, mas conhece-se bem a pé. Eu necessitei de umas 5 a 6 horas para o visitar totalmente, tendo entrado em quase todos os museus. Se tiveres um dia inteiro para a cidade de Bragança, melhor. Aliás, para a 4ª, 5ª e 6ª etapa eu recomendo 2 dias, mas o ideal seria 3 dias.
Não esquecer de visitar:
- A Cidadela do Castelo de Bragança, onde recomendo que comeces o dia. No interior deves fazer um passeio pelas muralhas do castelo, que do ar se percebe ter o formato de um coração. Deves ainda visitar o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, a Igreja de Santa Maria, o Domus Municipalis, o Pelourinho, a Torre de Menagem, e o Museu Militar de Bragança.
- No regresso à baixa da cidade, deparar-te-ás com uma rua repleta de museus, a Rua Abílio Beça. Podes visitar o Museu Abade de Baçal, o Memorial e Centro de Documentação Bragança Sefardita, o Centro de Interpretação da Cultura Sefardita, e o Museu de Arte Contemporânea.
- Nos arredores, não esqueças as principais igrejas de Bragança, nomeadamente a antiga Sé de Bragança, ou igreja de São João Baptista, a Igreja da Misericórdia e o Santuário de Nossa Senhora das Graças.
- A Praça de Camões é a maior praça da cidade, onde fica a Biblioteca Municipal, mas honestamente deixou muito a desejar: preferi a praça da Sé.
- Junto do Rio Fervença há ainda que caminhar pelo brutal corredor verde do Fervença, com etapas em passadiços. Nos arredores não esquecer visita ao Centro de Ciência Viva de Bragança, ao Museu da Seda e ao Parque Urbano do Fervença e Zona Polis.
- Por último, destaco ainda o jardim da Avenida João da Cruz, com uma bonita fonte luminosa à noite, a arte urbana de Bordallo II (o camaleão, a gineta e o javali), e o museu ferroviário situado junto da antiga estação de comboios de Bragança. Este foi o meu museu preferido da cidade, e sabias que Bragança não tem comboio desde 1992? 😉
No meu artigo dedicado a visitar Bragança descrevo cada um destes lugares mais em detalhe.
Arredores da Cidade de Bragança
Nos arredores da cidade, há que dar prioridade aos miradouros. O melhor é claramente o Miradouro de São Bartolomeu, de onde vês toda a cidade e o Castelo de Bragança ao longe. É brutal! Pelo caminho até lá passas por outros dois miradouros que te permitem uma vista mais aproximada do castelo e da cidadela, sendo por isso denominados de Miradouros da Cidadela e do Castelo. Marquei os 3 miradouros no mapa deste artigo.
Depois há ainda a Nova Catedral de Bragança e o Centro de Memória do Forte de S. João de Deus, ambos opcionais, na minha opinião.
Também opcional será o Mosteiro de Castro de Avelãs. É apenas um conjunto pequeno de ruínas por onde podes passar se tiveres tempo suficiente para usar num roteiro pelo Parque Natural de Montesinho.
5ª Etapa Roteiro Montesinho
Na 5ª Etapa deste roteiro vais voltar a entrar no Parque Natural de Montesinho para descobrir as suas aldeias e paisagens. É na região de Bragança que o Montesinho tem aldeias mais turísticas e mais bem preservadas, pelo que será provavelmente a zona que mais vais preferir de todo o roteiro. No que diz respeito a paisagens, eu achei soberbas as que encontras junto da aldeia do Montesinho e na região mais alta do parque. Aqui tens porém bem poucos castanheiros, ao contrário do que vês em Vinhais.
Gondesende » Espinhosela » Terroso » Vilarinho
De Gondesende a Vilarinho, o destaque vai mesmo para estas duas aldeias. Ambas são bem pitorescas com recantos muito bonitos na serra. Vilarinho tem destaque no parque por ter ali a sede da Apimonte, onde poderás comprar mel proveniente de colmeias do Parque Natural de Montesinho. Eu recomendo também o favo de mel, que se come à colherada: delicioso! 😀 A título de curiosidade, o Mel da Apimonte ganhou medalha de prata em Portugal em 2021, e bronze nos anos anteriores.
No que diz respeito a Espinhosela e Terroso, a primeira visitei de passagem (apesar de a ter considerado bonita para uma rápida paragem). A segunda fez-me ficar por mais tempo, pois fiz um enorme desvio, de alguns quilómetros até aos moinhos no Rio Baceiro. Junto dos moinhos encontras um enorme campo verde onde frequentemente pasta um rebanho de ovelhas. Muito bonito!
Opcionalmente, podes ainda ir a Parâmio.
Vilarinho » Cova da Lua » Casa da Lama Grande » Montesinho
Nesta etapa conduzirás em estrada de terra batida, mas é por essa estrada que terás acesso às melhores vistas do Parque Natural de Montesinho. E é bem fazível de carro, a não ser que recentes chuvas lhe tenham causado danos!
O acesso a essa estrada tem-se a partir de Cova da Lua. Mas antes disso, nos arredores da aldeia encontrei um espetacular parque de merendas de Nossa Senhora da Hera.
A estrada de terra batida vai levar-te a passar pela Barragem de Veiguinhas no Rio Sabor, depois pela Casa da Lama Grande, pela Barragem da Serra Serrada, e por fim chegarás à aldeia de Montesinho, onde terás novamente estrada alcatroada. A Casa da Lama Grande é um lugar fenomenal: é um sítio abandonado no topo da serra, que quando visitei estava repleto de vacas por todo o lado. Parecia um “Santuário das Vacas do Montesinho”, confesso. 😀
A aldeia do Montesinho é para mim a mais bonita do Parque Natural. Florida, e bem preservada. Fazendo a estrada de terra terás acesso a miradouros brutais para a aldeia e o que a rodeia.
6ª Etapa Roteiro Montesinho
A 6ª Etapa é recomendada para um último dia de viagem. Como podes perceber, eu recomendo que as tuas bases sejam Vinhais e Bragança, ou então sítios mais a sul do parque, como Gimonde ou Gondesende, de onde vais sempre começar a explorar.
Gimonde » França » Aveleda » Varge » Rio de Onor
Começa este dia em Gimonde, uma aldeia de onde se destacam as suas pontes sobre o rio Onor, junto da sua foz no Rio Sabor. Cruza o rio tanto pelas pontes como pelo caminho de alpondras (“pedras”) sobre ele. Vai ser divertida, esta segunda hipótese! 😉
Depois de Gimonde segue para França, que é “França sem Paris”, como me contaram de forma divertida os simpáticos habitantes da aldeia. França tem uma pequena praia fluvial, e merece uma breve caminhada a pé para descobrir as suas ruelas.
No caminho de Gimonde a França poderia ainda falar-te de Baçal e Rabal, ou mesmo de Oleirinhos, Meixedo e Carragosa (aldeias que também conheci), mas são todas opcionais, apesar de Baçal e Rabal serem duas aldeias estratégicas de passagem a caminho de França.
As aldeias que não vais querer mesmo perder são a Aveleda, Varge e Rio de Onor, principalmente a primeira e a terceira. Todas elas são atravessadas ao meio por um ribeiro / rio:
- Aveleda – Ribeiro da Avelada
- Varge – Rio Igrejas
- Rio de Onor – Rio Onor
A Aveleda (que está no meu top 3 de aldeias preferidas do parque), não tinha antes ligação alcatroada a França, mas hoje já tem, e é um trajeto bem bonito, que recomendo. Destaca-se o Centro Hípico de França algures pelo caminho.
Rio de Onor é maravilha de Portugal e uma aldeia comunitária na fronteira com Espanha. Faz questão de conhecer a parte portuguesa (a mais bonita, diga-se de passagem), e depois também a parte espanhola (Rihonor)! No lado de Espanha existe uma cascata que nos meses de Inverno poderá ter água: questiona os locais sobre onde ela se encontra, que de certeza que te vão ajudar. 😉
Muitos visitantes do Parque Natural de Montesinho acabam por seguir até à Puebla e Lago de Sanabria. Eu não o fiz, e ainda nunca visitei, pelo que não te deixo aqui dicas para o fazer. Se quiseres visitar essa região de Espanha, que parece ser muito bonita, considera mais 2 dias de viagem, ou pelo menos mais um.
Rio de Onor » Guadramil » Babe » Quintanilha » Outeiro
De Rio de Onor eu recomendo seguir para Guadramil, uma velha aldeia cujos telhados de xisto me maravilharam, quando observados do alto da sua igreja. Esta aldeia também ficou no meu top 3 do Parque Natural de Montesinho, sendo para mim superior a Rio de Onor, que não está presente nesse top 3, apesar de ser maravilha de Portugal. Diz-se que é na região envolvente de Guadramil que mais fácil é observar corços e veados na natureza. Existe por ali um trilho pedestre que podes fazer!
Depois de Guadramil passarás por Deilão, Vila Meã, e São Julião de Palácios, mas apenas de passagem, já que são opcionais. Eu também fiz desvio à Petisqueira, mas não a considero também obrigatória.
Em Babe, Caravela e Palácios encontrei alguns recantos bonitos, como por exemplo os arredores do museu rural de Palácios, ou o monumento no centro da praça principal de Caravela. Eu recomendo que passes por estas aldeias, mesmo que seja apenas de carro para uma rápida vista de olhos.
Já em Quintanilha destaca-se a praia fluvial do Colado, com um agradável parque de merendas junto do rio Maçãs. Também visitei as aldeias de Veigas e Referga, mas considera-as opcionais.
Por fim, vem Outeiro. Por pouco iam-me escapando as ruínas do Castelo de Outeiro, de onde terás um brutal miradouro para a aldeia e um bom spot para o pôr do sol. Eu gostei muito da vista. No centro da aldeia não esquecer a Basílica do Santo Cristo de Outeiro.
Nota: Se pretendes ver mais fotografias do Parque Natural de Montesinho (região de Bragança), acede ao meu artigo dedicado. Lá terás também mais informação sobre cada um dos sítios mencionados.
Melhores Aldeias do Parque Natural de Montesinho
As minhas aldeias preferidas são claramente Montesinho, Aveleda e Guadramil. Depois dessas surgem Gondesende, Moimenta da Raia e Rio de Onor. Se não tiveres muito tempo de viagem, foca-te nestas, mas faz na mesma o circuito que mencionei, pois apesar de não parares nas aldeias todas sugeridas, vais apreciar as paisagens!
Roteiro Montesinho: Percursos Pedestres e Trilhos
No que diz respeito a percursos pedestres, eu não fiz ainda nenhum percurso mais demorado no Parque Natural de Montesinho. Fiz apenas um roteiro de carro, e para mim foi mais que suficiente para já.
Existem, no entanto, diversos percursos e trilhos disponíveis ao visitante, e eu próprio os analisei antes da viagem. No Centro Interpretativo do Parque Natural de Montesinho, em Vinhais, podes também recolher panfletos e informação sobre eles. Aliás, eu recomendo sempre passagem pelos postos de turismo para questionar sobre as condições dos trilhos antes de os fazeres, por exemplo, se o trilho está limpo e cuidado para ser caminhado.
De todos os trilhos que vou mencionar, tenho mais curiosidade em fazer o de Dine (PR10) e o de Guadramil (PR12). Se quiseres fazer trilhos, lembra-te de adicionar mais dias ao teu roteiro. O que sugeri até agora era de 4 ou 5 dias, sem trilhos! Com trilhos pode passar para 6 ou 7 dias.
Percurso Biospots (Alto da Ciradelha) – 9 Passos (Vinhais)
Começa no Parque Biológico de Vinhais e termina no Alto da Ciradelha. Ida e volta totaliza cerca de 3km de extensão. Não fiz o trilho mas fui até ao Parque Biológico de Vinhais e ao Baloiço da Chouriça de carro. A vegetação pareceu-me espetacular e super agradável para uma caminhada.
PR1 + PR2 Rio Maçãs junto a Quintanilha (Bragança)
É um trilho circular de cerca de 14km com partida e chegada a Quintanilha. Tem etapa que parece bonita bem junto do Rio Maçãs. Passa pelo Parque de Merendas do Colado que referi ao longo deste artigo.
PR3 Porto Furado em Montesinho (Bragança)
É um trilho circular que te leva da aldeia de Montesinho à Barragem da Serra Serrada. São no total cerca de 9km. Relembro-te que existe uma estrada de terra batida que passa pela barragem e que é transitável de carro!
PR4 Ribeira de Ornal – Vilarinho (Bragança)
São no total cerca de 8km, trilho circular, com início e fim na aldeia de Vilarinho. Destaca-se a Ribeira de Ornal e um troço do rio Baceiro.
PR5 + PR6 de Vinhais – Ribeira dos Ladrões
Começa em Rio de Fornos ou Travanca, conforme preferires. Oficialmente, é Rio de Fornos. São no total quase 12km de trilho pelo Vale da Ribeira dos Ladrões que lhe deu o nome.
PR7 Calçada junto de Moimenta (Vinhais)
Tem cerca de 7km, sendo circular a partir de Moimenta da Raia. Destaca-se o Rio Tuela ao longo do percurso, e a Ribeira de Anta para além da aldeia de Moimenta e dos miradouros do caminho para ela.
PR8 Rota da Malara junto de Gimonde (Bragança)
Total de quase 12km a partir de Gimonde com destaque para a vegetação que rodeia o Rio Onor na região.
PR10 Termas do Tuela – Dine (Vinhais)
Tem começo junto de Dine. São quase 9km, passando pelos Fornos da Cal e Lorga de Dine, e depois acompanhando a Ribeira de Quintela e o Rio Tuela, onde se encontram as termas no rio com ainda quatro banheiras antropomórficas feitas na rocha.
Não, estas banheiras não são sepulturas! 😉 A simpática Dona Judite que mencionei ao longo do artigo disse-me que já teve visitantes que achavam que aquelas banheiras eram sepulturas, mas não são! As águas das termas tinham pelo que parece, propriedades medicinais para tratamento da pele.
O trilho ainda passa pela Praia Fluvial de Fresulfe, que também mencionei ao longo do artigo. Este é dos trilhos que tenho mais curiosidade em fazer, até porque quero regressar a Dine para entrar no raio da lorga!! 😉
PR11 Tresmonte – Gestosa (Vinhais)
O Trilho Tresmonte começa em Gestosa, uma das aldeias opcionais deste roteiro. São no total cerca de 9km de trilho, circular. Destaca-se a Quinta de Tresmonte, que lhe deu o nome, a ribeira do Covo, o Miradouro das Queimadas, e a Ponte de Gestosa sobre o Rio Rabaçal.
PR11 O Lado Português de Rio de Onor (Bragança)
Neste trilho, PR11 mas do lado de Bragança, vais caminhar pelas redondezas de Rio de Onor, aldeia maravilha de Portugal. Eu destaco o Carvalho Centenário ao longo do percurso, e a própria aldeia.
PR12 Rota dos Cervídeos em Guadramil (Bragança)
Por fim, o PR12, é provavelmente aquele que farei numa próxima visita. Pelo menos, é o que me deixa mais curiosidade. Tem de ser feito bem cedo, no início da manhã, se quiseres ter a sorte de ouvir a brama do veado (na época de acasalamento), já que esta é uma zona onde há mais probabilidade de avistamento de cervídeos, pelo que me disseram nos postos de turismo.
O trilho em si acho que não é extraordinário, mas a hipótese de ver pegadas e vestígios de passagem destes animais é claramente um convite a que o faças.
O que visitar nos arredores do Parque Natural de Montesinho?
Claramente que recomendo que continues em visita pelo distrito de Bragança. Em qualquer um dos municípios vizinhos. Que tal continuar roteiro pelo Douro Internacional? Ou pelos Lagos do Sabor?
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